O diretor clínico do hospital, Reginaldo Brandão dos Santos, reconheceu a gravidade da situação e explicou que a falta de leitos específicos para pacientes com problemas de saúde mental é uma das principais dificuldades enfrentadas pela unidade. “Não temos leitos destinados exclusivamente para pacientes com transtornos mentais, o que nos obriga a acomodá-los em enfermarias comuns, aumentando os riscos durante crises”, afirmou Reginaldo.
De acordo com o diretor, a paciente agressora estava medicada e contida em seu leito, mas conseguiu se soltar, resultando no ataque à acompanhante. Ele ainda acrescentou que o Hospital Regional do Juruá não possui uma estrutura adequada para lidar com esses casos de maneira segura. “Em todo o estado, apenas Rio Branco conta com leitos registrados para a saúde mental. No nosso hospital, contamos apenas com as áreas de emergência e pronto-socorro, o que nos leva a improvisar em casos psiquiátricos”, destacou.
Após o ocorrido, a direção do hospital tomou providências para isolar a paciente agressora e reforçou as medidas de segurança. Além disso, Reginaldo informou que a administração está em contato com a Secretaria de Saúde do Estado (SESAC) em busca de soluções imediatas para ampliar a capacidade de atendimento e criar leitos adequados para pacientes psiquiátricos.
O aumento nos casos de transtornos mentais e a necessidade de internação, especialmente após a pandemia, tem pressionado o sistema de saúde local. “Incidentes como este são raros, mas as crises têm se tornado mais frequentes. Estamos investindo em segurança e capacitação da equipe, porém, precisamos de uma reestruturação mais profunda, que já está sendo discutida com as autoridades competentes”, concluiu o diretor.